segunda-feira, 2 de junho de 2008

Hino

DUQUE ESTRADA, MaçomIrm:
Antônio do Carmo Ferreira

O hino nacional brasileiro, refiro-me à letra, é um poema lindíssimo. Lavrado com muito bom gosto. Mas é possível que cantado, como cantamos, e ouvido como ouvimos, não ofereça as condições suficientes para despertar o sentimento de beleza que ele contém. Por isto, para perceber sua beleza e sua mensagem, torne-se preciso ler o poema a vagar, demoradamente. No silêncio da sala, como se o leitor, em seu tugúrio, fizesse uma prece, sem pressa, lendo cada verso, relendo, tentando botar a frase na ordem direta, do sujeito ao predicado e seus complementos. A leitura assim tocará profundo e fará aflorar no sentimento do leitor a beleza desse poema. Tenho certeza!
As palavras têm cor e sabor e decerto magia. Chama a atenção para estas qualidades da palavra o escritor Octavio Paz. Está coberto de razão. Escrita ou falada, a palavra tem estas magias. É só reparar nisto. Ler, procurando entender. Ou ouvir, declamada por quem sabe encená-la que, aí, o leitor ou ouvinte haverá de chegar à conclusão de que realmente a palavra possui este dom de mexer com o sentimento. A letra do hino nacional brasileiro é um poema feito de ingredientes para despertar um intenso amor à Pátria. Passa a mensagem de que o autor ao escrevê-lo ouvia "o brado retumbante de um povo heróico".
O maçom brasileiro, além destas razões, tem centena de outras, para procurar bem entender este poema composto de 226 palavras distribuídas em 50 versos que foi aprovado, em 1912, pelo Congresso Nacional como letra de nosso Hino, escolhido entre muitas outras letras que foram inscritas em concurso nacional proposto por Coelho Neto.
O autor da letra do hino nacional brasileiro é o Irm.: Maçom JOAQUIM OSÓRIO DUQUE ESTRADA. A esse respeito, recordo que, em dezembro do ano passado, ouvi um irmão a falar sobre a autoria da letra do Hino e, ali, num cantinho, ouvi outro irmão a sussurrar: "será que o Duque Estrada foi mesmo maçom?" Oficializou-se o Hino por força do Decreto nº 15.671, de 6 de dezembro de 1922, e a dúvida se Duque Estrada fora ou não da Fraternidade era válida, porque muitas vezes o irmão cheio de amor pela Ordem e querendo sempre o melhor para ela, quando vê uma coisa perfeita, bela, empolgante, atribui de pronto a sua autoria a um "obreiro da arte real".
No caso de Duque Estrada, desenhemos com a perfeita geometria, ele foi sem dúvida nosso Irmão, e quando escreveu o poema já era iniciado na Loja Capitular Cataguasense, de Cataguases nas Minas Gerais. Para ser mais preciso, teve seu nome proposto em Sessão de 12.07.1894. Em Sessão de 26 de julho, escrutinado, foi considerado " L e P". Em Sessão Magna de 02 de agosto, com 25 anos de idade, foi iniciado nos augustos mistérios da Ordem. Em Sessão Extraordinária de 13.09.1894, prestou juramento e foi proclamado Mestre Maçom, após ter sido Companheiro em Sessão de 23 de agosto.
Bilac ensinava que conversar com as estrelas, ouvir as estrelas, entender as estrelas nada disso era loucura. Era um sentimento próprio dos que amam. Olhar para o alto, contemplar o céu, estar com o sidéreo, ver distante, ser teleólogo, só os que amam são capazes destes sentimentos, poetava ele. Os outros, não. Ocupam a vida, como as galinhas, restritas, limitadas, cabisbaixas, a catar vermes ao derredor das patas. Não olham as alturas nem das alturas, por isto não vêem os longes como as águias.
A letra do hino nacional brasileiro é um poema de devoção. Escrito por um maçom: um ser voltado para o amor. Que ama a Deus, ao próximo, à família e que AMA À PÁTRIA. Os maçons precisam conhecer MELHOR o nosso Hino. Darem-lhe maior atenção. Não perder oportunidade de divulgá-lo. Cantá-lo e ouvi-lo com orgulho, fitando o alto, conversando com o futuro, pois em seus versos está a mensagem de amor à Pátria, segundo os sentimentos de um irmão integrante de nossa querida Ordem: Joaquim Osório Duque Estrada, Maçom.

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